

SALIVANDO OS NÓS DO CORPO
compartilhamento que dão suporte à manifestação e difusão dessas tecnologias, mas espaços de criação, especulação e transcendência.
Neste sentido, minha metodologia de trabalho consiste em promover o encontro entre artistas que carregam esse passado afrodiaspórico, e que estão dispersos em diversas partes do mundo, para que compartilhem suas tecnologias de vida. A obra Movimento III_Celebração: espumas pós-tsunami, uma coreografia fílmica lançada em 2021, em Helsinki, Finlândia, é o resultado mais visível deste processo.
Eu defino Afrotranstopia como a interseção entre tecnologias de vida, existências e afrotranscendências. Neste conceito, estão em jogo duas interpretações de tecnologia. Uma noção corrente de tecnologia, por exemplo, o uso da realidade aumentada para criação em dança, e de tecnologia como mobilização e ativação dos saberes, formas de vida (existências) e resistência matriarcais, ancestrais e afrodiaspóricas.
Eu considero essas estratégias de vida dos povos originários, dos dois lados do atlântico, de permanecerem vivos mesmo quando isso parece impossível, como afrotranscendências. Ativar essas tecnologias significa, portanto, não só construir espaços de treinamento e
